Altair Massaro defende políticas públicas, informação e apoio às mães como pilares da amamentação e da saúde neonatal

Durante o 33º Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, o diretor técnico e geral do Hospital Maternidade de Campinas, Altair Massaro, participou do Podcast CMB e falou sobre os desafios e aprendizados de uma das maiores maternidades do país, que há mais de 110 anos promove o nascimento com segurança, acolhimento e propósito.

O episódio, gravado em alusão ao Agosto Dourado, mês dedicado ao incentivo do aleitamento materno, trouxe uma discussão essencial sobre o papel das maternidades filantrópicas e das políticas públicas no fortalecimento dessa prática. “O leite materno é o primeiro alimento e o mais completo. É saúde, vínculo e proteção. Mas garantir o aleitamento é também uma questão de estrutura, cultura e compromisso social”, afirmou.

Maternidade centenária e compromisso com a vida

Localizada a 100 quilômetros da capital paulista, a Maternidade de Campinas é responsável por cerca de 40% dos nascimentos da cidade e realiza entre 600 e 700 partos por mês, sendo 64% pelo SUS. O hospital mantém 30 leitos de UTI neonatal e 25 de cuidados intermediários, além de um banco de leite humano essencial para o atendimento de bebês prematuros e de alto risco.

“Temos um banco de leite robusto, mas não conseguimos suprir toda a demanda. Nossa necessidade mensal é de cerca de 200 litros, e conseguimos atender apenas 40% disso. Mesmo com campanhas e coletas domiciliares, o desafio é enorme”, explicou Altair.

Ele destacou que a doação de leite materno é um gesto de solidariedade que salva vidas, mas ainda enfrenta barreiras culturais, logísticas e informacionais. “Precisamos falar mais sobre isso. Informar é tão importante quanto doar”, reforçou.

Informação e educação como ferramentas de transformação

Altair defendeu que o incentivo à amamentação deve ir além das campanhas pontuais. “O Agosto Dourado é importante porque dá visibilidade ao tema, mas amamentação se promove o ano inteiro. É preciso informação contínua, formação das equipes e políticas públicas atentas à realidade das mães”, afirmou.

Ele explicou que muitos dos obstáculos à amamentação têm origem na desinformação e na falta de apoio à mulher trabalhadora. “Ainda há empregadores que veem a maternidade como um problema, e isso é reflexo de uma sociedade que precisa evoluir. A mãe precisa ter suporte para amamentar – no trabalho, em casa e no sistema de saúde”, disse.

O gestor também ressaltou o papel da atenção primária e da educação em saúde como pontos de partida. “A amamentação deve ser abordada no pré-natal, desde o momento em que a mulher descobre a gravidez. Esse é o melhor investimento em prevenção e em saúde pública que podemos fazer”, explicou.

Cultura, estrutura e políticas públicas: desafios que persistem

Na entrevista, Altair apontou que as barreiras à amamentação são multifatoriais – envolvem aspectos culturais, estruturais e sociais. “Vivemos em uma sociedade que ainda impõe restrições à mulher. Amamentar em público, por exemplo, ainda é um tabu. Isso mostra que precisamos avançar muito em empatia, acolhimento e educação”, avaliou.

Ele lembrou que a proteção à amamentação também depende de leis e políticas adequadas, como a ampliação da licença-maternidade e a criação de espaços de apoio nos ambientes de trabalho. “O setor público e o privado precisam caminhar juntos nesse sentido. O empregador precisa entender que apoiar a mãe é investir em saúde”, destacou.

Congresso CMB: troca, aprendizado e valorização do setor

Participando pela primeira vez do Congresso da CMB, Altair destacou a importância do evento como espaço de integração e aprendizado entre gestores, especialistas e instituições filantrópicas.

“Foi uma experiência muito rica. É um congresso que reúne o Brasil inteiro e mostra quantas realidades diferentes coexistem no nosso sistema de saúde. Ver outras experiências, conhecer novas tecnologias e trocar ideias com quem vive os mesmos desafios é transformador”, afirmou.

Ele também ressaltou o desejo de aproximar ainda mais a Maternidade de Campinas da Confederação. “Queremos estar cada vez mais presentes, contribuindo com ideias e fortalecendo esse ecossistema filantrópico que tem um papel fundamental na saúde do país”, concluiu.

O episódio completo do Podcast CMB com Altair Massaro está disponível no canal da CMB no YouTube, reunindo reflexões sobre amamentação, políticas públicas e o papel social das maternidades filantrópicas.

📺 Assista na íntegra no canal da CMB no YouTube.

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