Durante o 33º Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, o head de Estratégia e Transformação da Distrito, Danillo Sciumbâta, participou do Podcast CMB e falou sobre o papel da inovação e da inteligência artificial (IA) na transformação da saúde filantrópica.
Com uma trajetória voltada à tecnologia e à gestão estratégica, Danillo destacou que o verdadeiro ponto de partida da inovação não está nas máquinas, mas nas pessoas. “Antes da tecnologia, vem o comportamento inovador. É a decisão de ousar e enfrentar os desafios que definem o futuro das instituições”, afirmou.
Inovação como comportamento, não como ferramenta
Na entrevista, Danillo ressaltou que o termo “inovação” muitas vezes é confundido com a adoção de tecnologias de ponta, quando, na verdade, trata-se de uma mudança de mentalidade. “Inovar é ter coragem. É olhar para os problemas e decidir fazer diferente. A tecnologia é um meio – o comportamento é o começo”, explicou.
Ele destacou que, na área da saúde, esse comportamento deve ser guiado pela responsabilidade. “Quando inovamos em outros setores, o risco é econômico. Na saúde, o risco envolve vidas. Por isso, é preciso equilíbrio entre ousadia e prudência”, pontuou.
O executivo reforçou ainda que a inovação é um fator essencial de competitividade e sustentabilidade para as Santas Casas e hospitais filantrópicos. “O mundo exige que sejamos competitivos. E, para isso, precisamos de coragem para inovar sem perder o propósito de cuidar”, afirmou.
Tecnologia com propósito: pessoas em primeiro lugar
Ao abordar a transformação digital no setor, Danillo destacou que a inteligência artificial deve ser entendida como uma ferramenta de apoio – e não como substituta do trabalho humano. “A IA não veio para substituir pessoas, mas para liberar tempo e energia para o que é essencial: cuidar de gente. O profissional que não se adapta à tecnologia é que será substituído, não pela IA, mas por quem souber utilizá-la melhor”, observou.
Ele explicou que a Distrito mantém um laboratório de IA generativa, com mais de 70 startups desenvolvendo soluções em saúde, diagnóstico e gestão hospitalar. “Nosso papel é impulsionar o ecossistema, conectar tecnologia e propósito. Hoje, falamos de reconhecimento de imagem, diagnóstico assistido, automação – mas, acima de tudo, falamos de impacto humano”, destacou.
Danillo também lembrou que a capacitação é a base de toda transformação. “Antes de falar em inovação tecnológica, é preciso falar em inovação de competências. Todo profissional precisa aprender a reaprender – essa é a única habilidade permanente”, defendeu.
Cultura de coragem e colaboração
Ao comentar sobre a importância do Congresso da CMB, Danillo ressaltou que eventos como esse criam pontes entre diferentes realidades da saúde filantrópica. “Quando colocamos no mesmo painel o Einstein e a Fundação José Silveira, estamos mostrando que inovação não é privilégio, é possibilidade. A troca de experiências entre instituições com contextos tão distintos é o que faz o setor crescer”, afirmou.
Para o especialista, a CMB exerce papel estratégico ao reunir gestores e profissionais de todo o país em torno da inovação responsável. “Quando muita gente boa se encontra, o resultado ressoa. Esse congresso não termina aqui – ele reverbera em todo o sistema filantrópico, inspirando novas ideias e parcerias”, completou.
O futuro da saúde: Open Health e integração de dados
Entre os temas mais provocativos da entrevista, Danillo introduziu a reflexão sobre o conceito de Open Health – um modelo em que dados clínicos poderiam circular entre instituições de forma segura e integrada, garantindo eficiência e continuidade no cuidado.
“Assim como o sistema financeiro evoluiu para o Open Finance, é inevitável que a saúde avance para o Open Health. O compartilhamento responsável de dados pode salvar vidas, otimizar recursos e melhorar diagnósticos”, explicou.
Ele defendeu que o desafio está na regulamentação e na conscientização do setor. “Não é abrir os dados, é abrir o diálogo. Precisamos parar de discutir se prontuário digital é bom ou ruim – isso já passou. O futuro está na integração, com segurança, ética e propósito”, disse.
Inovar com responsabilidade e propósito
Encerrando a conversa, Danillo reforçou que a inovação precisa caminhar junto com o cuidado humano e a missão social das instituições filantrópicas.
“Inovação é fazer melhor o que já existe. É olhar para um processo e perguntar: isso ainda precisa ser feito dessa forma? A coragem de mudar é o primeiro passo para transformar a saúde”, afirmou.
O episódio completo do Podcast CMB com Danillo Sciumbâta está disponível no canal da CMB no YouTube, reunindo reflexões sobre tecnologia, comportamento inovador e o futuro da saúde filantrópica no Brasil.📺 Assista na íntegra no canal da CMB no YouTube.