Representantes de 23 instituições filantrópicas de saúde da região reuniram-se na Santa Casa de Piracicaba no último dia 23 de março para manifestar preocupação com os atrasos do governo federal nos repasses feitos aos hospitais pelos serviços prestados ao SUS (Sistema Único de Saúde). O descontentamento recaiu também sobre os incentivos criados como política governamental para amenizar o subfinanciamento.
O encontro foi coordenado pelo presidente da Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo), Edson Rogatti, que classificou de “calote” a prática do governo de reter recursos federais como o IAC (Programa de Incentivo à Contratualização) e criticou a demora no repasse do programa estadual SUStentáveis. Segundo ele, as ações do governo foram implementadas como medidas paliativas, em reconhecimento à defasagem da tabela SUS, mas seus benefícios ainda demoram a chegar.
O vice-provedor da Santa Casa e diretor jurídico da Fehosp, João Orlando Pavão, lembrou que muitas instituições precisaram recorrer a empréstimos para pagar os funcionários nos últimos meses. “Isso é um absurdo; fazemos a nossa parte, atendemos a população acreditando que o incentivo virá para reduzir o déficit, mas na hora de receber e honrar nossos compromissos, ficamos à deriva”, disparou Pavão.
O provedor Adilson Zampieri, por sua vez, manifestou-se favorável à união de forças entre as filantrópicas e lembrou que, em âmbito federal e em consonância com a CMB (Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas), a Santa Casa de Piracicaba apóia o restabelecimento da Frente Parlamentar em Defesa das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, que na última legislatura teve atuação fundamental no processo de sensibilização do governo e da sociedade para a crise gerada pela baixa remuneração do SUS e pela falta de uma Política de Estado para a saúde.
A gerente técnica da Fehosp, Maria Fátima da Conceição, informou aos associados o andamento da articulação junto ao governo do Estado para que o SUStentáveis contemple, com brevidade, os hospitais que mais necessitam. A federação também instruiu sobre o orçamento impositivo, que a partir de agora impede que o governo federal “corte” emendas parlamentares destinadas às entidades.
