Especialista pontua os sinais que amigos e familiares devem ficar atentos
Cerca de 300 milhões de pessoas sofrem com depressão no mundo. No Brasil, esse número chega a 11,5 milhões, ou cerca de 5,8% da população, o maior índice da América Latina, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). A doença, apontada como principal causa de afastamento do trabalho, fez com que a OMS lançasse em 2017 a campanha “Vamos Conversar?” sobre o tema, visando alertar profissionais e a população sobre a importância de se dar a devida importância ao tema.
Erroneamente associada a um estado de tristeza, a depressão pode se manifestar de diversas formas. “Alguns deprimidos perdem o apetite, outros comem compulsivamente. Existem pessoas que dormem muito mais e outros que perdem o sono ou apresentam insônia. Outro sinal bem recorrente são as queixas ou reclamações constantes, além da irritabilidade ou intolerância”, informa a psicóloga e professora do curso de Psicologia da Unijorge, Maria Cristina Goulart. Ela alerta que os amigos e familiares devem sempre ficar atentos a sintomas físicos acompanhados de uma mudança comportamental.
A especialista pontua que os tratamentos para depressão incluem psicoterapia e o uso de medicamentos. “É sempre importante passar por uma avaliação médica ou com um psicólogo, já que há muitas opções terapêuticas que podem servir de apoio”, ressalta Maria Cristina. Ela destaca a importância dos profissionais da saúde ficarem mais atentos aos sintomas dos pacientes e de como espaços de orientação podem fazer a diferença, muitas vezes encontrados em ambientes universitários.
Dados preocupantes
Além do Brasil, outros países apresentam altos índices de depressão: os Estados Unidos ocupa o primeiro lugar nas Américas, com 5,9% da população com a doença, ou 17,4 milhões de casos. Ucrânia, Austrália e Estônia também entram na lista, com 6,3%, 5,9% e 5,9%, respectivamente. “Há mais de 10 anos a OMS vem alertando sobre o aumento da depressão, mas poucas ações têm sido desenvolvidas pelos governantes em geral”, lamenta a professora.
De acordo com Maria Cristina, o alto índice da prevalência da depressão em um país como o Brasil pode advir de diversos fatores. “A falta de perspectivas melhores, um tempo prolongado de dificuldades no cotidiano e a falta de novas possibilidades são características presentes em vários países da América Latina e particularmente no Brasil. Situações de maiores dificuldades financeiras, instabilidades políticas e violência social promovem uma vida mais difícil, um cotidiano tenso e consequentemente a descrença no futuro ou numa vida melhor”.
Fonte: Assessoria de imprensa Santa Casa da Bahia