O levantamento, feito pela ESALQ, é inédito em hospitais e foi apresentado em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente
Diante do entendimento de que cuidar e preservar o meio ambiente estão entre as ações de grande amplitude empreendidas com vistas à saúde da população e do planeta, a Santa Casa de Piracicaba recebeu representantes da ESALQ/USP para apresentação e divulgação do resultado do processo de catalogação das 300 principais árvores existentes na área externa da Instituição, iniciativa que revela o comprometimento sócio-ambiental do Hospital com questões que impactam diretamente na qualidade de vida da população.
A iniciativa partiu da Comissão de Saúde Ambiental da Santa Casa e a ação foi patrocinada pelo Centro de Oncologia do Hospital (CECAN), que oficializou a parceria com a ESALQ em junho de 2013, quando o professor do Departamento de Ciências Florestais, Demóstenes Ferreira da Silva Filho, assumiu os trabalhos ao lado do técnico de laboratório Jefferson Polizel e do mestrando em Recursos Florestais, Flávio Henrique Mendes, responsável pela avaliação individual das árvores.
Segundo o provedor Adilson Zampieri, as instituições estão percebendo que gerenciar o meio ambiente tem se transformado numa questão estratégica, pois além de reduzir o desperdício de recursos naturais não renováveis como água e energia, a preservação ambiental melhora o desempenho e aumenta a competitividade no mercado através do gerenciamento e do controle de impactos ambientais que, em médio prazo, muda inclusive a imagem da Instituição perante a sociedade e os órgãos gestores.
Na análise do Prof. Demóstenes, a Santa Casa é uma das poucas áreas bem arborizadas do bairro Cidade Alta e, por esse motivo, uma das indicadas para o desenvolvimento de valores elevados com relação ao patrimônio arbóreo da cidade. “Depois deste trabalho, podemos afirmar que o patrimônio arbóreo da Santa Casa é de R$1.910.488,20”, quantificou, lembrando que a área verde do Hospital foi muito bem planejada do ponto de vista estratégico.
“São mais de 60 espécies das mais variadas idades, o que contribui para a diversificação e crescimento saudável das espécies”, disse o professor, lembrando que, durante a catalogação, foram testadas técnicas alternativas de obtenção de dados para melhoria da qualidade na análise e proposição de programas de preservação e ampliação do patrimônio arbóreo.
Ele explica que as árvores estão cadastradas em um banco de dados relacional programado para obtenção de mais de 50 variáveis para indicação de informações que relacionam desde a espécie da árvore até a presença ou não de defeitos em sua copa. “Isso é importante para o adequado manejo e manutenção do patrimônio arbóreo para as próximas gerações”, avalia Demóstenes, lembrando que trabalho semelhante foi realizado pela ESALQ no Parque Ibirapuera, em São Paulo, e no próprio Campus da Escola.
Entusiasmado, o provedor Adilson Zampieri já pensa em compartilhar o resultado da catalogação com a comunidade. “Vamos avaliar a possibilidade de disponibilizar o resultado deste trabalho em terminais instalados em pontos estratégicos do Hospital, a exemplo do saguão principal da Santa Casa e da recepção do Hospital Santa Isabel. Afinal, quando falamos em árvores, falamos em um patrimônio universal”, antecipa.
Estudo avalia importância de áreas verdes em hospitais
À frente da Comissão de Saúde Ambiental da Santa Casa de Piracicaba, a enfermeira Terezinha Queiroz e a jornalista Nilma de Oliveira Moratori destacam a importância das árvores presente na Instituição para a comunidade hospitalar, com impacto direto, sobretudo, ao bem estar dos pacientes.
“No ambiente hospitalar, as árvores atuam amenizando o clima pelo favorecimento de sombra e diminuição da temperatura, absorção do gás carbônico e liberação do oxigênio, melhorando a qualidade do ar urbano, protegendo contra a ação dos ventos, sendo fonte de alimento da fauna, promovendo absorção de ruídos e da poluição, proporcionando paisagens diferentes e mais bonita e quebrando a monotonia ao proporcionar lazer e diversão além do embelezamento da Instituição e do conforto térmico, visual e psíquico.
Segundo elas, nas primeiras décadas do século 20, profissionais da área de saúde investiram em ambientes funcionais de trabalho, dando ênfase à implantação de equipamentos de alta tecnologia, sem se preocupar com o grau de conforto proporcionado pelo ambiente físico. “Trabalhos científicos nesta área classificaram os espaços como estressantes e inadequados em razão de não observarem as carências emocionais e psicológicas dos usuários”, observam.
Nilma e Terezinha citam a pesquisa realizada pela arquiteta e urbanista Léa Yamaguchi Dobbert , do Programa de Pós-graduação (PPG) em Recursos Florestais da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), empenhada em divulgar a importância da implantação de áreas verdes em unidades hospitalares, tornando o ambiente mais humanizado e menos estressante.
Fonte: Assessoria de imprensa da Santa Casa de Piracicaba